Rubem Braga – Mistura

Nada sei, nada sei desse caso. Apenas sei que Alice é muito branca e muito loura. A sua mãe se chama Rosa. Tudo isso veio em um telegrama que tem exatamente cinco linhas. Alice tem um corpo muito branco, de neve, um corpo que tem a cor da espuma puríssima, levíssima, que o vento da tarde espalha sobre as ondas do alto-mar. Seus cabelos são louros e seus olhos… – ai! – seus olhos não constam do telegrama. Isso não quer dizer que Alice não os possua, ou seja caolha. Os olhos estão subentendidos no telegrama, e devem ser perfeitos e lindos. Devem também ser verdes. E sendo verdes, de que verdes hão de ser? Continue lendo “Rubem Braga – Mistura”

Aulas da semana de 9 a 13 de maio

1º ano: Discutimos os contos “O retrato oval” e “Baleia“, a partir dos quais observamos os aspectos formais de um conto. Assistimos a 2 vídeos, baseados nessas narrativas, que serviram para mostrar as histórias a partir de outra perspectiva.

2º ano: após a entrega, discutimos sobre as provas trimestrais; assistimos às apresentações orais dos grupos que ainda não haviam socializado suas pesquisas e as debatemos.

3º ano: após a entrega das provas trimestrais, discutimos o livro “O pagador de promessas” (Dias Gomes), uma das obras de leitura obrigatória para o próximo vestibular. Também vimos trechos da adaptação cinematográfica dirigida e roteirizada por Anselmo Duarte, lançada em 1963.

Ítalo Moriconi – Os Cem Melhores Contos Brasileiros do Século

Recomendo muitíssimo a leitura (e a aquisição) do livro “Os Cem Melhores Contos Brasileiros do Século”, uma antologia organizada por Ítalo Moriconi com alguns dos mais representativos textos desse gênero textual.

Para quem quiser dar uma espiada antes de comprar, aí está:

Italo Moriconi – Os cem melhores contos brasileiros do século

Alunos do 1º ano, não esqueçam de nossa próxima atividade: escolham dois contos à vontade, leiam, façam anotações, comentários, enfim, mergulhem no texto. Haverá uma avaliação, que explicarei nas próximas aulas, envolvendo essas leituras.

Abraço!

Graciliano Ramos – Baleia

A cachorra Baleia estava para morrer. Tinha emagrecido, o pêlo caíra-lhe em vários pontos, as costelas avultavam num fundo róseo, onde manchas escuras supuravam e sangravam, cobertas de moscas. As chagas da boca e a inchação dos beiços dificultavam-lhe a comida e a bebida.
Por isso Fabiano imaginara que ela estivesse com um princípio de hidrofobia e amarrara-lhe no pescoço um rosário de sabugos de milho queimados. Mas Baleia, sempre de mal a pior, roçava-se nas estacas do curral ou metia-se no mato, impaciente, enxotava os mosquitos sacudindo as orelhas murchas, agitando a cauda pelada e curta, grossa nas base, cheia de moscas, semelhante a uma cauda de cascavel. Continue lendo “Graciliano Ramos – Baleia”

Edgar Allan Poe – O retrato oval (conto)

I

O castelo que meu criado resolvera arrombar a fim de evitar que eu, gravemente ferido estava, passasse a noite ao relento, era uma dessas construções portenhosas, a um só tempo lúgubre e grandiosa, que há séculos assombram a paisagem dos Apeninos e também povoam a imaginação da senhora Radcliffe ¹. Ao que tudo indicava, o edifício fora abandonado há pouco e de modo temporário. Acomodamo-nos num dos aposentos menores, mobiliado com menos suntuosidade que os demais e localizado num torreão afastado do castelo. A decoração rica, embora degastada e antiga. As paredes, cobertas por tapeçarias, também eram adornadas não só por inúmeros troféus de armas dos mais variados formatos, bem como por uma quantidade excessiva de pinturas modernas muito vivazes, emolduradas por ricos arabescos dourados. Talvez o delírio que me acometera tivesse sido a verdadeira causa de meu profundo interesse por essas pinturas, por esses quadros que pendiam não apenas diretamente da superfície das paredes, como também se revelavam nos incontáveis nichos ali presentes, criados conforme o estranho estilo arquitetônico do castelo. Continue lendo “Edgar Allan Poe – O retrato oval (conto)”

Tarefa: Crônica

Olá, pessoal.

Para fazer a atividade da crônica, sigam os seguintes passos:

  1. Escrevam a crônica em um arquivo no computador de vocês para não correr risco de perder nada;
  2. Entrem no http://titanpad.com
  3. Escolham a opção “Create Public Pad” [o botão azul grandão] e colem o texto ali.
  4. Copiem o link que vai estar na barra de endereços mesmo (e geralmente é algo parecido com isto: http://titanpad.com/O9AnwrcX5j )
  5. Testem para ver se deu certo; copiem o link e colem em uma nova aba do navegador (Internet Explorer, Firefox, Chrome, etc).  Se o texto está lá, funcionou.
  6. Enviem para mim por e-mail: sandrobrincher@gmail.com

Ainda em dúvidas? Fiz um vídeo explicando tudo:

http://screencastle.com/watch/8d8935def0fbd7e7fab27e30fcb72791

Abraço.